Psicanálise

A psicanálise pode ser uma ferramenta eficaz no tratamento da dependência emocional ao explorar e compreender as raízes inconscientes desse comportamento. A dependência emocional muitas vezes está ligada a experiências e relacionamentos passados, especialmente na infância, que moldaram a forma como o indivíduo se relaciona consigo mesmo e com os outros. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a psicanálise pode ajudar:

1. Exploração do Inconsciente: Através de técnicas como a livre associação, a análise dos sonhos e a interpretação de lapsos e sintomas, a psicanálise busca acessar conteúdos inconscientes que influenciam o comportamento dependente. Isso pode revelar padrões de apego e inseguranças subjacentes.

2. Relações Passadas: A dependência emocional frequentemente está enraizada em relações passadas, especialmente com figuras parentais. A psicanálise ajuda a entender como essas relações influenciam os relacionamentos atuais, permitindo ao indivíduo reconhecer e trabalhar através de traumas ou dinâmicas negativas.

3. Fortalecimento do Ego: A psicanálise visa fortalecer o ego, ajudando o indivíduo a desenvolver uma identidade mais sólida e uma capacidade maior de autossuficiência emocional. Isso envolve aprender a tolerar a frustração e a solidão, reduzindo a necessidade de dependência excessiva dos outros para validação e suporte emocional.

4. Integração de Partes Divididas do Self: Muitas vezes, a dependência emocional é uma forma de lidar com aspectos do self que foram reprimidos ou divididos. A psicanálise trabalha para integrar essas partes, promovendo um senso de self mais coeso e estável.

Hipnose clínica

A hipnose pode ser uma abordagem útil no tratamento da dependência emocional ao facilitar o acesso a estados mentais mais profundos e promover mudanças no comportamento e nas emoções. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a hipnose pode ajudar:

1. Acesso ao Subconsciente: A hipnose permite que o indivíduo entre em um estado de relaxamento profundo, onde o subconsciente se torna mais acessível. Isso pode ajudar a identificar e reprogramar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para a dependência emocional.

2. Reestruturação Cognitiva: Durante a hipnose, o terapeuta pode sugerir novas formas de pensar e reagir emocionalmente, ajudando a substituir crenças limitantes e negativas por pensamentos mais positivos e autossuficientes. Isso pode fortalecer a autoestima e reduzir a necessidade de validação externa.

3. Reprocessamento de Experiências Passadas: A hipnose pode ser usada para reprocessar experiências passadas dolorosas ou traumáticas que estão na raiz da dependência emocional. Ao revisitar essas memórias em um estado seguro e controlado, o indivíduo pode mudar a forma como essas experiências influenciam seu comportamento presente.

4. Redução da Ansiedade e do Medo: A dependência emocional frequentemente está associada a altos níveis de ansiedade e medo de abandono. A hipnose pode ajudar a reduzir esses sentimentos, promovendo um estado de calma e segurança, o que facilita a construção de relacionamentos mais saudáveis.

5. Fortalecimento da Autoconfiança: Através de sugestões positivas e visualizações guiadas, a hipnose pode ajudar o indivíduo a desenvolver uma maior autoconfiança e independência emocional. Isso contribui para a capacidade de estabelecer limites saudáveis e de se relacionar de forma mais equilibrada com os outros.

6. Desenvolvimento de Novas Habilidades de Enfrentamento: A hipnose pode ensinar técnicas de relaxamento e estratégias de enfrentamento que o indivíduo pode usar no dia a dia para lidar com situações que desencadeiam a dependência emocional, promovendo uma maior resiliência emocional.

Hipnoterapia: Evidências Científicas e Benefícios Comprovados para Saúde Mental

Artigo

Montgomery, G., Schnur, J., & David, D. (2011). "O impacto da sugestionabilidade hipnótica em ambientes de cuidados clínicos." International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis , 59(3), 294-309

Artigos científicos

Lynn, SJ, Kirsch, I., & Hallquist, MN (2008). "Teorias cognitivas sociais da hipnose." Em MR Nash & AJ Barnier (Eds.), The Oxford Handbook of Hypnosis (pp. 111-139). Imprensa da Universidade de Oxford.

O uso da hipnose é reconhecido pelos conselhos federais:

Alguns conselhos de classe regulamentam a prática de hipnose em suas atividades profissionais, são eles: Conselhos Federais de Medicina, Psicologia e Odontologia, Fisioterapia e Enfermagem. Eles conceituam, esclarecem, fundamentam e recomendam o uso científico das técnicas de hipnose clínica como alternativas terapêuticas e coadjuvantes aos tratamentos convencionais.

Mas, não existe uma legislação específica sobre o uso da Hipnose no Brasil para o público geral.

Médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e enfermeiros são orientados pelos próprios Códigos de Ética sobre a utilização da Hipnose para fins científicos, de pesquisa e tratamento.

No Brasil, o Conselho Federal de Odontologia foi o primeiro órgão representativo de uma categoria profissional que reconhecer a hipnose como ferramenta clínica (1993), seguido pelos Conselho Federal de Medicina (1999), Conselho Federal de Psicologia (2000), Conselho Federal de Fisioterapia e Terapias Ocupacionais (2010) e Conselho Federal de Enfermagem (2018).

Entretanto, de acordo com a legislação brasileira, a psicoterapia e a hipnoterapia não são atividades privativas de profissionais da saúde, podendo ser praticada por outros profissionais, desde que não utilizem o título de psicólogo, médico, psiquiatra, entre outras profissões regulamentadas. Ou seja, qualquer pessoa que não esteja vinculada nesses Conselhos, podem atuar no campo da hipnose clínica, em todo Brasil, e também poderão se inscrever na Sociedade Brasileira de Hipnose, desde que comprovem uma quantidade mínima de horas de capacitação técnica reconhecida.

AMPARO LEGAL DA HIPNOSE